Como Atingimos Performance: A União Entre Gestão de Risco e Value Investing

Muito se fala sobre performance no mercado financeiro, mas pouco se debate com profundidade como essa performance é construída. Neste artigo, vamos mostrar o que está por trás dos resultados: gestão de risco quantitativa, diversificação inteligente e a filosofia do Value Investing.



Começando Pela Regra de Ouro: Não Perca Dinheiro

Como diz Warren Buffett:

  1. Regra número um: Nunca perca dinheiro.
  2. Regra número dois: Nunca se esqueça da regra número um.

Essa simples orientação está no centro de qualquer estratégia bem-sucedida. E, como ele mesmo diz, “risco vem de não saber o que está fazendo”.


Gestão de Risco: O Alicerce da Performance

A gestão de risco é a base da nossa abordagem. E para isso, mapeamos quatro tipos principais:

  1. Risco de mercado – medido por volatilidade, é o único risco que aceitamos correr para gerar retorno.
  2. Risco de crédito – calote de emissores. Evitamos ao máximo.
  3. Risco de liquidez – quando o ativo não pode ser vendido sem perdas.
  4. Risco operacional – falhas em processos, sistemas ou pessoas.

Nosso foco é evitar riscos que gerem perdas permanentes de capital. A única exceção é o risco de mercado, que pode ser gerenciado de forma inteligente.


Diversificação Inteligente: O Poder da Correlação

Diversificar não é apenas “espalhar os ovos”. É entender como os ativos se comportam entre si.

Por exemplo, uma carteira com ações e dólar (ativos com correlação negativa) pode ser menos volátil do que uma com ações e renda fixa. Surpreendente, não? Isso acontece porque ativos que se movem em direções opostas ajudam a amortecer os impactos uns dos outros.

Usamos um otimizador de portfólio proprietário, o Optimum, que calcula:

  • Risco individual de cada ativo
  • Correlação entre eles
  • Retornos esperados

O resultado? A carteira ótima, com o maior retorno possível para o menor risco aceitável.


Carteiras Personalizadas: Cada Cliente com Seu Perfil

Entendemos que cada investidor tem seu apetite de risco. Por isso, customizamos as carteiras.

  • Um investidor conservador pode investir apenas 10% na carteira ótima e 90% em ativos pós-fixados (CDI).
  • Um investidor arrojado pode aplicar até 75% na carteira ótima.

Ambos mantêm uma relação ótima de retorno por risco, mas com níveis de exposição diferentes.


Value Investing: Investindo com Base em Valor

Adotamos a filosofia do Value Investing, criada por Benjamin Graham (autor de The Intelligent Investor) e levada à fama por Warren Buffett.

A premissa é simples:

Preço é o que você paga. Valor é o que você recebe.

Investimos em empresas, não em ações. Avaliamos fundamentos, geração de caixa e qualidade da gestão.


Estudo de Caso 1: Marfrig e BRF – O Valor Revelado

  • Marfrig gerava forte caixa, mas estava com lucros baixos e ações desvalorizadas.
  • Ao analisar o fluxo de caixa (não o lucro), vimos que a empresa mantinha sua força operacional.
  • Ela começou a comprar ações da BRF, uma gigante do setor de frango, num movimento estratégico brilhante.
  • O mercado ignorava isso. A ação caiu ainda mais. Compramos.
  • Quando o mercado acordou, o preço dobrou. Resultado: +100% de retorno com base em análise profunda de valor.

Estudo de Caso 2: Pfizer – Quando Valor e Preço se Descolam

  • Pfizer parecia atrativa após a pandemia, com queda no preço e ainda gerando caixa.
  • A empresa anunciou a compra da Seagen por US$ 43 bilhões.
  • Vimos o alerta: estavam comprando uma empresa com fluxo de caixa negativo, adicionando dívida e reduzindo o valor da companhia.
  • Vendemos no momento certo, quando o mercado ainda estava eufórico. Resultado: zero a zero, sem perdas, mas com uma lição clara.

Nem toda queda de preço representa uma oportunidade. É preciso entender o valor real por trás da empresa.


Conclusão: Performance Não é Magia, É Método

A performance que apresentamos é resultado de três pilares:

  1. Gestão de risco quantitativa – protegendo contra perdas permanentes e otimizando a alocação de ativos.
  2. Diversificação com base em correlações – não apenas espalhar, mas montar combinações inteligentes.
  3. Value Investing com margem de segurança – focando no valor, não na emoção do mercado.

Nosso trabalho é investir com base em dados, fundamentos e disciplina. Isso permite entregar retornos consistentes, ajustados ao risco e alinhados com o perfil de cada cliente.


Próximo passo? Vamos entender onde estamos no ciclo de mercado e como isso influencia nossa estratégia atual. Até lá, lembre-se: performance sustentável nasce da união entre rigor analítico e paciência estratégica.